Tuesday, May 13, 2008

Vaca - um, 1º de Maio - zero


Apesar de ser a cidade que dá nome ao primeiro 1º de Maio (que este ano fez 122 anos), Chicago dedicou-lhe uma escultura no lugar do crime apenas em 2003. O 1º de Maio não faz parte da identidade imediata da cidade de Chicago. Os guias turísticos privilegiam a arquitectura modernista e a dos arranha-céus nas suas diversas épocas, bem como o urbanismo. O grande incêndio do final do século XIX é também matéria prima da memória comum, especialmente a lenda do que atiçou o incêncio: estava uma senhora a ordenhar uma vaca de madrugada, com uma lamparina para ajudar a ver, quando a vaca dá um coice à dita cuja e o fogo começou. A vaca apenas foi ilibada da culpa no final dos anos 1990, num acto simbólico. Como se pode ver por estes dois exemplos, a construção da memória de Chicago parece ser recente, não fosse a cidade também recente, como todas as americanas. Por enquanto a vaca ganha ao 1º de Maio, mas a união recente de 150 sindicatos e o Mayday all over the (western) world ameaça incendiar a alienação orden(h)ada.

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