Wednesday, March 18, 2009

os caminhos são muito mais vastos do que a curteza de uma viela sem saída. os caminhos são de terra batida, de brita, de alcatrão, largos e estreitos, a subir e a descer, com vento, com chuva, com sol, com estações diferentes a passar pelas árvores (odeio esta imagem fácil). a viela é uma viela. nela passa uma cadela a andar de lado, a olhar para trás, as cores são duras mais do que escuras, há mais uniformidade e mais ambiguidade a la vez.

Sunday, March 08, 2009

há um espaço com um nome
um nome em intervalos de espera
um espaço visitado com imagens
de luz mascarada
sem rede estive
momentos suspensa
e por momentos soube

Thursday, March 05, 2009

as músicas pirosas foram feitas para nos podermos regalar com o nosso próprio ridículo

Monday, March 02, 2009

a espera

nunca gostei muito de esperar, mas dado o meu problema com a pontualidade (excesso de pontualidade é um problema tão grande como a falta dela), sempre esperei bastante, antes e depois dos telemóveis. mas tenho a sublinhar, para não esquecer este estado, que mais vale ter tempo para esperar do que não tê-lo. é bom poder esperar, estar vivo para isso. habituei-me a dar utilidade ao tempo de espera, desde fazer palavras cruzadas ou contar diferenças entre desenhos nos jornais, ou sudokus, passando por aproveitar para ligar a quem não costumo ligar, ou ler mais uma página de um livro, ou mais do que uma, ou escrever qualquer coisa, para não perder o hábito de escrever à mão, ou escrever muito, quando se espera muito tempo. ou simplesmente ficar a olhar para o que está a acontecer. a espera é um tempo de possibilidade. estar vivo para isso é um privilégio e poder aproveitar tempos que são considerados mortos, vivendo e olhando para as coisas enquanto se espera, é uma sorte. infelizes os que não esperam, nunca esperaram. dos que se atrasam, acho que aproveitam o tempo do atraso olhando e vivendo também.

Sunday, March 01, 2009

um dia assim

um dia voltei à zona entre o sono e o sonho. são as horas em que nunca mais se consegue dormir e em que aparecem as imagens como se já estivéssemos a sonhar, mas acordados. nessas alturas há que reter o que se imagina assim sem querer. parecem viagens (trips) sem aditivos. essa é a twilight zone do colchão, a da espera e a da luz a meio tom, o tom do escuro com imagens luminosas. mas ao fim de dias e dias assim, um dia volto a dormir quando não aguento mais e a acordar sem me lembrar dos sonhos reais e viajados, como se a espera do son(h)o tivesse sido em vão.