Friday, March 07, 2008

nunca mais o para sempre e o nunca mais

contra as palavras infinitas, uma apologia das palavras do zero. também é radical, mas é um bom princípio, para que as palavras dos números pequenos surjam naturalmente, aos poucos, sem desejos de infinito.

agora, nunca digas nunca tem um novo sentido: não é só que é mais provável que venhamos a fazer algo que dissemos um dia que nunca viríamos a fazer;
nunca digas nunca é uma cautela, contra a vertigem do definitivo. (a queda é grande). não digas nunca, porque estás a alimentar projectos de eternidade, para nunca e sempre mais.

para o dicionário das palavras do zero, começo por começo, ainda, e passo. (Porque) começar é a possibilidade, ainda é ainda ser possível, e passo é um de cada vez, como os dias.

1 comment:

aj said...

gosto dessas palavras dos números pequenos, podem escrever-se na palma da mão sem medo que sejam apagadas.voltei a tuvalu. abraço.