Tuesday, February 17, 2009

esplanada da Graça

está sol e tenho de franzir a testa para manter os olhos abertos. a esplanada está cheia porque todos precisam de secar a humidade que se entranhou por causa da chuva continuada do inverno. é ainda inverno - falta mais de um mês para a primavera, mas o ambiente de carnaval foi antecipado proque o sol veio de repente, com a lua cheia (tal como previ num impulso optimista) e parece até que houve um eclipse. se havia dúvidas para a influência dos elementos nas pessoas, a resposta está nesta semana que passou em lisboa, com a fúria do sonho e das vontades, em amálgama.
mais coisas que fizeram desta semana isso mesmo: na sexta-feira dia 13, um dia propício ao assumir das superstições, as de azar sobretudo mas também as de sorte, que gerou a expectativa inevitável quanto ao que aconteceria numa sexta-feira primeira de sol e de lua, há dois ou três dias a reinar sobre a novamente branca lisboa, uma sexta-feira véspera de dia do santo dos namorados, que ninguém liga mas está em todo o lado a falar de mãos dadas, dos beijos e tudo.
por isso, com ninguém ligando a nada, nem sequer à importância da lua cheia e da vinda ansiada do sol, com este ninguém ligando a nada, sairam todos, e todos se encontraram e todos quiseram cantar e dizer tudo a fingir que não sabiam porquê.
assim se passou a semana mais importante do ano, num mês normalmente insignificante, o que importa é que a semana tenha sido devidamente honrada com as catarses necessárias e que se tenham cumprido as coisas em suspense e que as estações se tivessem trocado momentaneamente todas para dar a sensação do mundo todo na cidade.

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