Monday, November 27, 2006

Lençóis brancos

Gostava de te dizer as palavras certas
(como se houvesse uma única a fazer sentido agora)
Gostava de te deixar em paz
Sem que ficasses só
Gostava de to trazer de volta
Gostava tanto!

Vento, vento, mais vento
E chuva, mais chuva.
Nem o vento leva daqui o pranto
Nem a chuva lava-te aqui a cara.
Dizem-te que o tempo secará as lágrimas
(como se elas estivessem penduradas na corda da roupa!)
Mentem-te!
Nem o tempo, nem o vento.
Mas talvez cada dia procurar
Algo bom do passado
E algo bom no futuro.
E talvez cada dia com gestos iguais…

(Se suspirares entretanto, é a saudade;
Se soluçares, é do ar que retiveste por tanto amar.
Não te rales com suspiros e soluços
Olha os fantasmas com espanto:
Eles poderão trazer-te paz.
Basta sorrir-lhes. Depois de lhes falares
Sem medo, eles voltarão à sua vida
Como lençóis brancos a esvoaçar)

1 comment:

aj said...

asas a cheirar a sabão
obrigado