Tuesday, May 05, 2009

deixar as pedras a descansar

andava à procura de uma pedra bonita para oferecer. apanhei uma pedra junto ao mar. era preta e tinha uma risca branca à volta, mas de um lado da pedra a risca não estava unida; estava afastada uma da outra. a pedra era bonita mas, para oferecê-la, o script seria rebuscado. estava nesta sensação entre a invenção de um script para dar sentido à risca da pedra e a cena do rebuscado, quando apareceu um homem com ar de "esse brinquedo é meu". perguntei, "querias esta pedra, era?", e ele, "era, ofereceram-ma" (devia tê-la deixado cair ou a repousar por momentos e agora vinha buscá-la). entreguei-a quase aliviada, ele agradeceu e foi a correr. depois pensei que não preciso de pedras para oferecer; preferia partilhar este lugar (e aquela luz e aquele dia) com pedras a descansar na maré vazia

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