Saturday, April 18, 2009

olhar para alguém num concerto

mais cedo ou mais tarde, a adolescência é não ter medo. isto aprendi no outro dia numa exposição, nos comentários excessivos de um poeta. dia a seguir, concerto no bairro, olhar para alguém impossível foi como uma bênção platónica no quotidiano. com o cuidado de não cruzar o olhar, foi bom seguir um perfil forte para meu deleite, quase voyeurismo. as pessoas irreais, aliás, vão-se cruzando neste presente de redes sociais náuticas ou aluadas, sempre pouco terrestres, entretendo os corações pouco abraçados. se momentos assim trazem alegrias, ainda que fugazes (shame on me for an excessive use of adjectives), porque não? ah, claro, com o cuidado de não mergulhar excessivamente na ilusão, há antes que ver tudo isto como um mergulho daqueles para a piscina, em que a seguir se começa a nadar. de qualquer maneira, abrir os olhos debaixo de água é magnífico. são só linhas mas parecem estradas, rios, céu, mar.

1 comment:

Zorbas said...

E há por aí concertos do catano! Mas a vida, infelizmente, retira-nos a beira do abismo e traz demasiados Se calhar, Talvez, Ainda não sei...
O Abismo não é maú, é apenas um momento.
Um abraço felino,
Zorbas