Wednesday, October 24, 2007

afinal abrir a caixa de Pandora não tem de ser mau

Esperança
1. uma divindade antiga
2. um espírito bom deixado na caixa de Pandora depois de aberta

Tuesday, October 23, 2007

Eco

Uma das filhas de Gaia. Foi uma das ajudantes de Hera e confidente das amantes de Zeus. Foi impedida de falar pela invejosa Hera.
Amante de Pan e de Narciso. Porque Narciso não retribuía o seu amor, esvaiu-se, transformando-se numa pedra que continua a reter o poder da fala.

Saturday, October 20, 2007

Safe


Um filme aparentemente sobre uma doença causada pela agressividade do ambiente urbano, Safe pode dizer muito a quem se encontra numa situação de ilusão de ter encontrado uma resposta para as suas perguntas difíceis.
Depois de ver este filme (foi a minha irmã que mo aconselhou) percebi melhor que é preferível desconfiar de todas as ideologias, filosofias e/ou religiões que respondem a tudo o que é difícil responder.

Prémio muda a forma mas não melhora o conteúdo

Pedro Mexia: "sempre que estou descontente com um texto, mudo o tipo de letra"
(hoje, no Público)

Friday, October 19, 2007

Quimera

Um monstro que respira fogo com cabeça de leão, corpo de cabra e cauda de serpente. Foi vencida por Bellerophon. De acordo com Hesiod, a Quimera era filha de Hidra, mas outros dize que é filha de Tifon e de Equidna.
Hidra - serpente de nove cabeças
Tifon (também Tifeu) - o filho mais novo de Gaia e o gigante mais monstruoso
Equdna - metade mulher metade serpente. Alguns dizem que foi mãe da Esfinge; outros dizem que foi mãe de Quimera.

Thursday, October 18, 2007

Durga - por estes dias, a deusa por excelência


Deusa hindu, durga quer dizer em sânscrito a inacessível. É a mãe de Ganesh, de Saraswati e de Lakshmi.

É a personificação máxima da energia feminina e criativa shakti.
As suas montadas mais comuns são o leão e o tigre, mas dentre algumas das suas manifestações podemos ver montadas de cabra, de galo, de crocodilo, de burro, entre outras.

Na primeira metade do último mês do calendário hindu (que é lunar), durga é adorada nas suas diversas manifestações. Desde a lua nova até um gordo crescente. Nos primeiros nove dias dessa metade de mês (que este ano calha agora) a melhor forma de agradar a deusa é dançando e cantando em volta de um seu altar.

E é melhor agradar a deusa. Pelo sim, pelo não.

Wednesday, October 17, 2007

Etna - ninfa siciliana e Vulcão, o ferreiro

O monte Etna foi assim chamado devido a esta ninfa siciliana. Zeus aprisioou os gigantes debaixo desta montanha. Vulcão tem ali a sua oficina.
Vulcão - o nome romano para o deus do fogo. Estabeleceu uma grande fundição no coração do monte Etna, em parceria com os Ciclopes.

Tuesday, October 16, 2007

Bellerophon

Neto de Sisyphus. Filho de Glaucus e Eurímedes. Um dos sete grandes destruidores de monstros. Venceu a Quimera. Tentou voar até ao firmamento no cavalo alado Pégaso e caiu.

Monday, October 15, 2007

where do you go when you're lonely?
where do you go when you're blue?

Friday, September 28, 2007

libélula vermelha - contributo

libélula no parque nacional da malásia

se deus existe ele dá mesmo nozes a quem não tem dentes.
assim sendo, pode ser que escreva mesmo a direito por linhas tortas.

Wednesday, September 12, 2007

do coração para cima

o meu pai viu o funeral do Pavarotti na televisão, incitando os demais presentes em casa a ver também.habituada à sua forma de sentir as coisas, não estranhei o ar atento, como quem procura decifrar um anagrama, à procura dos esgares de cada pessoa presente na igreja, quase sentindo como se ali estivesse.

na missa do funeral do Pavarotti, cantada, diga-se de passagem (daí o interesse particular do meu melómano progenitor), os presentes volta e meia batiam palmas prolongadamente, à espera que o artista ouvisse (era bom não era?).

o Pavarotti foi uma vez chamado ao palco cento e trinta e tal vezes depois da actuação, o que se tornou um recorde do Guiness. O Pavarotti, contou o meu pai, cantava de ouvido, não aprendeu música, mexia-se apenas do coração para cima, incluindo, note-se, todos os músculos da cara, em concentração absoluta no seu precioso instrumento (do coração para cima).

quando a sua voz já começava a ser uma sombra do que era nos seus tempos áureos, dedicou-se então a causas que não me atrevo a questionar a partir dos meus cantinhos burgueses (seja da escrivaninha limpa a óleo de cedro, seja do gabinete com net rápida) .

ao gosto das ligações improváveis entre pessoas, entre dos corações para cima, o Pavarotti É amigo do Bono. O Bono, por sua vez - à semelhança do que o cantor lírico representa para o meu pai - cataliza memórias de concertos (vistos e sobretudo não vistos).

resumindo e concluindo, assumindo uma ligação improvável entre estes factos, a voz é uma coisa importante, que no caso do Pavarotti (um brinde em memória) e do Bono (um brinde à sua vida) fica guardada em milhões de cópias.

Wednesday, September 05, 2007

11 de Agosto de 2007,Parque Nacional, Malásia

tudo sobre sanguessugas


a foto não é minha porque estava a chover de mais para tirar fotos. Mas isto é uma sanguessuga pequenina, que não consegue evitar pegar-se às peles dos animais que encontra para poder crescer.

a sanguessuga tem duas bocas - uma em cada extremidade do corpo que é para quando anda (ou melhor, trepa), experimentar chupar o sítio onde se agarou a ver se tem sangue.
Se ela apanha uma bota, trepa até à meia e depois à perna.
Se a pessoa - que pensa ser precavida - leva calças, a sanguessuga trepa até encontrar pele, isto é, até à barriga, se tiver uma daquelas t-shirts de gaja que quando a gente se estica, aparece o umbigo;
até ao sovaco, se a mesma t-shirt de gaja for de alças;
até ao peito, se não levarmos sutiã porque ficou encharcado da caminhada do dia anterior;
até às costas, como já entrou na t-shirt não há nada a fazer;
até ao ninho da orelha, para gáudio dos animais da floresta que eu não vi mas que por lá andavam, pois ouviram uma nova espécie a dar rédeas às cordas vocais como quem quer assustar a menina pegajosa que acabou de achar uma mini-veia dentro da orelha.

as saguessugas, pode-se ver na net, não se devem arrancar da pele. Devem ser afastadas através de, por exemplo, a ponta de um cigarro aceso ou sal. 1. Claro que a malta nas caminhadas está mesmo a pensar levar um cigarrinho e 2. com a chuva que estava a cair era impossível fazer alguma coisa que não fosse andar para a frente para acabar com o trilho de uma vez por todas.

Thursday, July 19, 2007


Um poeta resolveu editar os seus poemas numa antologia. Na aldeia onde ele nasceu, que é muito longe e que fica para lá de uma pequena cidade muito longe daqui, cresceu um girassol de dimensões gigantescas. Estas duas notícias apareceram no mesmo jornal em secções diferentes.

Friday, July 13, 2007

a barriga da joana

a barriga da joana está enorme. quando encostei o ouvido, ouvi um rio a passar por pedrinhas. estaria a barriga a sonhar? ou a gente quando ouve uma barriga lembra-se de coisas semelhantes às que as crianças dizem quando vêem a lua?

Wednesday, June 27, 2007

o boxeur


na semana passada passou por aqui, iscte, o Wacquant. assim tratado parece ser o colega do lado, mas é professor conceituado em sociologia urbana.

no final dos anos 80 decidiu que, para estudar melhor o gueto em Chicago, se inscreveria numa academia de boxe. assim o fez e, desses anos de experiência de boxeur quase profissional resultou um excelente documento etnográfico chamado "o corpo e a alma".

na semana passada vi o magrinho Wacquant, inimaginável como boxeur, se não fossem as fotos como a que aqui trago.

terra a terra, muito acessível (não deviam ser todos assim nas universidades, recheadas como rissóis, de narizes levantados?), apresentou uma comunicação, que não pude ver, sobre a difusão do conhecimento etnográfico. Agora vou à procura da gravação, uma vez que a sua comunicação foi produto de umas notas rabiscadas na noite anterior. Pode ser que ele publique algo sobre isso.

entretato, releio artigos seus sobre o conceito de gueto. quem dá o corpo e a alma terá reflexões ajustadas.

Friday, May 18, 2007


Monday, April 23, 2007

no pacífico

é tão incerto estares em qualquer lado e no entanto era tão importante que estivesses. vou fazer de conta que atravessas o pacífico numa jangada. demoraste a partir. a âncora talvez estivesse presa. agora está uma data de gente no porto, ainda não atravessaste a linha do horizonte, as pessoas não se vão embora enquanto não atravessares. como não levas remos vens e vais ao sabor das marés, e olhas também o cais. o céu e o mar teimam em rimar com os teus olhos e o sol com o teu cabelo. é claro que vais de azul! no porto formamos uma massa de gente desfocada, acenando ou deixando os braços ao lado do corpo.

Wednesday, March 28, 2007

líderes que chucham no dedo (mesmo)

cantina: 13:00h. há um grupo de raparigas à minha frente. uma delas (a) argumenta com outra (b). c, d e e observam e aprovam os argumentos de a. a é bonita, gesticula largamente e faz caretas agressivas. é claramente a chefe daquele grupo. em breve, b desiste e começa agora a sorrir de forma agonística [sinal de submissão para "acalmar as hostes" posterior à agressão doutro].
noutra fileira de mesas deixei por momentos de observar este espectáculo, para me concentrar no empadão de arroz com (poucos) legumes. mas volto a olhar:
agora a chucha no dedo (!!!!!!!) e faz-se festas em roda do nariz com a mesma mão, como uma criança que vai adormecer, e que não sabe que os seus gestos inatos um dia desaparecerão. depois da refeição, a está simplesmente com sono, e repete o seu gesto inesperado (inúmeras vezes, mesmo depois de eu me beliscar e abrir e fechar os olhos com força) com a mesma segurança de quem fuma um cigarro. b, c, d e e agem como quem já conhece este gesto. cada uma delas tem gestos de sono aceites (bocejam, enrolam caracois no cabelo, esfregam os olhos, sugerem um café). só a líder pode chuchar no dedo.