finalmente fui passear. escolhi o pompidou. no meio de alguns artistas mimados que nao consigo perceber, e doutros, reconheciveis e que causam mesmo conforto, descobri outros que nao conhecia, e que gostei.
ao longo da exposiçao principal, ouve-se uma valsa. finalmente entro na sala donde vem a musica: ampla, quase sem nada, um ambiente rosa, um sapato de salto alto rosa enorme, ao fundo. um elogio a vaidade feminina? sai de la quase com vontade de calçar uns assim.
Saturday, May 06, 2006
Friday, May 05, 2006
mas muita coisa esta mal na mesma

sempre que saio do quadradinho com praia e sol para estudar nalgum pais 'da Europa' acontecem-me algumas sensaçoes que, no inicio eram inesperadas e que, agora, ja me estou a habituar.
a primeira é ficar contente com a europa e as possibilidades que da (aos europeus, claro; é pena nao dar a todos);
a segunda é ficar contente com o Bill Gates (é pena ser um monopolio, mas é bom muita gente ter um sistema iguam para comunicar melhor);
a terceira é perceber que a ideia que os portugueses temos de que no resto da europa os preços sao iguais mas os salarios sao muito maiores é mentira, porque as coisas sao sempre mais caras, mesmo nos supermercados, e basta olhar para os preços nos cafes. so para dar um exemplo, o cafe de maquina de moedas na biblioteca nacional é 1 euro e 45!!!! um expresso e, no minimo, 90 centimos, ja para nao falar de Londres...
a quarta é perceber que os academicos estrangeiros sao tao bons como os nossos, ha uns bons, outros maus, mas chez nous, quando vezm um estrangeiro, é sempre uma festa, como se estivéssemos rodeados de burros. chez nous, estamos no tempo do Eça, com um deslumbramento face ao estrangeiro.
de qualquer maneira, volto ao titulo deste post...
Wednesday, May 03, 2006
afrique physique

nao sei se é pelos bons ou pelos maus motivos, if you know what i mean, mas tenho um mapa de Africa na casa onde estou (que não é este da imagem). alias, tenho a casa recheada de estatuetas africanas, que acompanham na perfeiçao o imaginario de Luegi, do Pepetela, que ando a ler ha meses. parece-me que agora vou acaba-lo depressa.
o mapa, que ocupa uma boa parte da parede da sala, nao tem ainda fronteiras - é um mapa fisico, antigo, que realça os rios, lagos, desertos e as savanas. no canto inferior direito, esta um mapa de França, à escala do mapa grande. França parece bem pequenina. e este mapa contrasta com os que conhecemos do estado novo, em que o mapa de Portugal aparecia tao grande como o dos paises colonizados. e contrasta tambem com os mapas africanos das fronteiras a régua e esquadro.
este mapa sem fronteiras, talvez apele a um mito do bom selvagam, que apenas divide territorios consoante o tipo de produçao e de acordo com as bacias hidrograficas. e talvez se oponha ao das fronteiras, que parecem dizer tudo do que se passa hoje em Africa. mas o quadradinho pequenino onde esta França - à escala - lembra mais a imigraçao como feedback do colonialismo por um lado e, por outro, os debates sobre coisas dispares aparentemente, como a integraçao, a pobreza no mundo, 'etc'
Tuesday, May 02, 2006
ja cheguei
ja cheguei a paris. estou numa casa so para mim, pequenina como eu. nao tem tv felizmente, para nao haver tentacoes, e tem radio e computqdor com net e tudo, sempre ligada! vai-me custar a habituar a este teclado, ou melhor, a reabituar - no setimo e oitavo anos aprendi a utilizar o teclado azert em vez do qwert (primeiras letras da primeira linha de letras do teclado).
Friday, April 28, 2006
já tenho gás

1003 euros depois, já tenho gás.
eu sou muito papalva, por isso, acho que é necessário guardar aqui algumas indicações para não me esquecer se alguém precisar.
primeiro que tudo: perguntar aos proprietários anteriores se está tudo bem com o gás ou se estão previstas obras no prédio incluindo a coluna de gás. neste segundo caso, é bom apenas mudar o contrato do gás quando as obras forem feitas e no caso de o anterior proprietário o permitir.
na primeira vistoria, se houver fugas: perguntar que tipo de fuga é, se é do contador para dentro ou do contador para fora ou ambas, para poder explicar bem ao canalizador que for lá fazer a obra, pois nem sempre os canalizadores sabem ler os valores e os gatafunhos explicativos da Lisboa gás no relatório que fazem... porque se não, pode dar-se o caso de o canalizador ver apenas a fuga para dentro, uma vez que não é suposto que mexa no selo (do contador para fora) e às vezes, não vê essa fuga. o ideal seria que o canalizador estivesse presente no acto da vistoria. o problema é que a vistoria faz-se em intervalos de 2 horas, e o canalizador não está duas horas plantado numa casa à espera da vistoria, a menos que lhe paguem.
Tentar perceber se é mesmo preciso fazer uma obra ou se se pode mandar colocarum produto na tubagem, que fica muito mais barato, embora seja provisório (disseram-me, infelizmente depois de eu ter feito as obras, que custa cerca de 270 €).
Se a obra completa for mesmo necessária, fica em cerca de 800 a 900€. há que contar com pelo menos 2 vistorias no caso de fuga. cada vistoria são 34€, pagos a uma empresa subvencionada pela Lisboa gás. há ainda que contar com o contrato da Lisboa gás, que são 50€, que surgem na primeira conta de gás.
Apontamento ecológico: quando a Lisboa gás fizer o teste de CO, há que pedir para abrir a torneira da banheira em vez da torneira do lava loiças, uma vez que a água da banheira sempre se pode utilizar depois (o teste demora 10 longos minutos)
Há que contar, finalmente, com o paternalismo e possíveis tentativas de enganos próprios da dominação masculina e, por isso, fazer uma sessãozinha de ioga antes das vistorias.
Wednesday, April 12, 2006
não lugar

finalmente percebo bem o que é um não lugar. depois de discordar com augé, quando exemplifica os não lugares com aeroportos, começo a achar, mais de 10 anos depois, que os não lugares sempre existem.
a realidade:
estou a mudar de casa. fiz mudanças há três dias, para uma casa que escolhi, cujas obras estão a demorar mais do que o previsto. Resumindo, sou uma 'pintora' optimista que acreditava que pintar de branco por cima de cores claras apenas requeria uma demão. Felizmente não sou perfeccionista, e tenho deixado as zonas que pintei com cores bonitas com um ar 'rústico' (leia-se uma demão). entretanto, tenho dormido num quarto quase sem nada, há três dias atulhado, que agora faz eco. estantes vazias de livros, de arquivos, de caixas e de tralhas femininas. o quarto parece maior, mais alto. durmo no colchão, já sem a cama (talvez assim os fantasmas não tenham onde se esconder).
a teoria sobre esta realidade:
os não lugares são espaços que habitamos sem identidades próprias, ou a que lhes retiraram a identidade. são passíveis de encher.
síntese:
o quarto na que já chamo 'casa antiga' é um não lugar. na 'casa nova' está tudo por arrumar. há uma expectativa sem nome, porque espero por coisas que acontecerão à medida da vida da casa.
Tuesday, April 04, 2006
a mãos de Sophia
'Apesar das ruínas e da morte,
Onde sempre acabou cada ilusão,
A força dos meus sonhos é tão forte,
Que de tudo renasce a exaltação
E nunca as minhas mãos ficam vazias'
(talvez os poetas venham ao mundo para os ateus terem como rezar)
Onde sempre acabou cada ilusão,
A força dos meus sonhos é tão forte,
Que de tudo renasce a exaltação
E nunca as minhas mãos ficam vazias'
(talvez os poetas venham ao mundo para os ateus terem como rezar)
Tuesday, March 28, 2006
Friday, March 24, 2006
Tuesday, March 21, 2006
querqusfilia no dia da árvore
Monday, March 13, 2006
presto a minha devoção à primavera
chegou o tempo da manga curta
de arrumar o ventilador de ar quente,
de trazer do mofo as saias
de guardar cachecois, gorros e luvas
chegou o tempo dos cheiros acres
das flores quase a abrir
e com ele, as paixões novas,
por estrear (ou repetir)
a partir de agora
contagens decrescentes para
- os jacarandás, as cerejas, os figos
- os primeiros banhos - de mar, de sol, de lua
- dormir nua, andar descalça na cozinha, não usar secador
- mudar a hora e ser sempre cedo
de arrumar o ventilador de ar quente,
de trazer do mofo as saias
de guardar cachecois, gorros e luvas
chegou o tempo dos cheiros acres
das flores quase a abrir
e com ele, as paixões novas,
por estrear (ou repetir)
a partir de agora
contagens decrescentes para
- os jacarandás, as cerejas, os figos
- os primeiros banhos - de mar, de sol, de lua
- dormir nua, andar descalça na cozinha, não usar secador
- mudar a hora e ser sempre cedo
Wednesday, March 01, 2006
alentejo - o meu ioga
Tuesday, February 21, 2006
Agostinho da Silva
Thursday, December 29, 2005
este ano tive a melhor prenda de todas
há um nascer do sol quando tiras o elástico do cabelo,
a lua fica cheia quando sorris,
e quando ris parece haver mil crianças às gargalhadas.
quando danças és uma gaivota a brincar com o vento
e quando dormes és um gato enroscado.
mas há mais:
trazes sempre o mundo nos olhos,
não tens medo de sentir,
nunca esperas por sonhar.
a lua fica cheia quando sorris,
e quando ris parece haver mil crianças às gargalhadas.
quando danças és uma gaivota a brincar com o vento
e quando dormes és um gato enroscado.
mas há mais:
trazes sempre o mundo nos olhos,
não tens medo de sentir,
nunca esperas por sonhar.
Tuesday, November 22, 2005
o concerto
na música podemos estar calados. na música podemos fechar os olhos e descansar a memória nos melhores momentos e nos sítios visitados mais bonitos. podemos estar rodeados de pessoas, mas ninguém nos pergunta nada.
no concerto há o saber que ao lado estão pessoas como nós, que gostam dos mesmos sons. às vezes não sabemos mais nada dessas pessoas.
há dias estive num concerto onde a música era parecida com a música que aparece nos sonhos. as luzes parece que foram estudadas para isso.
foi tudo um sonho, mesmo. chovia cântaros lá fora. o lá dentro era a sala mais linda (uma sala de sonho para qualquer artista), composta como dantes quando ali havia circo. e no lá dentro era como estar num quarto escuro, sem jogo. só para estar mais perto do silêncio e do sonho.
no concerto há o saber que ao lado estão pessoas como nós, que gostam dos mesmos sons. às vezes não sabemos mais nada dessas pessoas.
há dias estive num concerto onde a música era parecida com a música que aparece nos sonhos. as luzes parece que foram estudadas para isso.
foi tudo um sonho, mesmo. chovia cântaros lá fora. o lá dentro era a sala mais linda (uma sala de sonho para qualquer artista), composta como dantes quando ali havia circo. e no lá dentro era como estar num quarto escuro, sem jogo. só para estar mais perto do silêncio e do sonho.
Friday, October 14, 2005
tempo
o tempo é grande como uma seara a perder de vista
pode até ser pouco tempo
mas parece ser o tempo todo.
por ser grande, o tempo, é quase temível
não se pode abarcar.
só abraçar e apertar como
se o tempo fosse pouco.
mas o tempo diz
que tem o tempo todo
sorri e diz
para não gastar o tempo todo de uma vez.
diante de tanto tempo
ficamos sem rede
e sem rédeas
pode até ser pouco tempo
mas parece ser o tempo todo.
por ser grande, o tempo, é quase temível
não se pode abarcar.
só abraçar e apertar como
se o tempo fosse pouco.
mas o tempo diz
que tem o tempo todo
sorri e diz
para não gastar o tempo todo de uma vez.
diante de tanto tempo
ficamos sem rede
e sem rédeas
Monday, October 10, 2005
Friday, October 07, 2005
Zimler
"Talvez o amor não possa deixar de olhar em frente", Richar Zimler, 2005, Goa ou o Guardião da Aurora":26
Tuesday, September 27, 2005
Filtro
É sempre surpreendente a luz de Setembro ao fim da tarde (esqueço-me que ela existe de ano para ano, mas volta). É um filtro ocre e rosa velho que tolda os olhares (parecem saudosos). Apela a jantares demorados (mediterrânicos, de preferência). As paisagens ficam maiores porque o sol se demora a pôr (é o Verão mesmo a despedir-se).
Uma mão cheia de clichés não faz mal a ninguém – conforta os sentimentos comuns.
Uma mão cheia de clichés não faz mal a ninguém – conforta os sentimentos comuns.
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