volta e meia quero tudo e não quero nada (somos todos assim não é?). as hesitações multiplicam-se e quando damos conta, já decidimos uma coisa qualquer, que parece que não foi nada decidida. neste momento, o que queria era não querer nada, não desejar nada, e talvez esteja mesmo perto.
por favor, uma água com gás para o enjoo de querer demasiadas coisas. por favor, um pouco mais de tempo ocupado com coisas, para não deixar o pensamento a fazer o que quer. por favor, mais rédeas para a imaginação (nem me atrevo, mesmo anonima - anemona).
(que esta mudança de tempo traga objectividade).
e agora, um bocadinho de pseudo-charme:
é que, como diz a adriana, "em vez de alcool forte, pede água perrier".
Thursday, August 25, 2005
Sunday, August 07, 2005
enlace
dançaram por uma vez
amando os passos
percebendo ritmos
habituando braços
dançaram por uma vez
sem medo de si
sem pensar
sem tentar perceber
dançaram por uma vez
como se fossem um
como se fossem mil
dançaram por uma vez
num palco comum
num enlace sem volta
amando os passos
percebendo ritmos
habituando braços
dançaram por uma vez
sem medo de si
sem pensar
sem tentar perceber
dançaram por uma vez
como se fossem um
como se fossem mil
dançaram por uma vez
num palco comum
num enlace sem volta
Wednesday, July 20, 2005
Tuesday, June 28, 2005
fronteira
hoy vuelvo a la frontera
otra vez he de atravesar
es el viento que me manda
que me empurra a la frontera
y que borra el camino
que detras desaparece
me arrastro bajo el cielo
y las nuves del invierno
es el viento que las manda
no hay nadie que las pare
a veces combate despiedado
a veces baila
a veces nada
hoy cruzo la frontera
bajo el cielo, bajo el cielo
es el viento que me manda
bajo el cielo de acero
soy el punto negro que anda
a las orillas de la suerte
Llasa
otra vez he de atravesar
es el viento que me manda
que me empurra a la frontera
y que borra el camino
que detras desaparece
me arrastro bajo el cielo
y las nuves del invierno
es el viento que las manda
no hay nadie que las pare
a veces combate despiedado
a veces baila
a veces nada
hoy cruzo la frontera
bajo el cielo, bajo el cielo
es el viento que me manda
bajo el cielo de acero
soy el punto negro que anda
a las orillas de la suerte
Llasa
Wednesday, June 22, 2005
Monday, June 13, 2005
platao para variar
Em viagem, outra latitude, mil coisas voam pela cabeça, mas ter sonhado com o meu amor adolescente anteontem, fez-me lembrar os “bons tempos platónicos”.
Isto vem também depois de ter ouvido uma parte da explicação do beijo de Rodin, obra que me fez ficar a olhar sem saber do tempo, sem saber que expressão fazia, sem saber de quem passava.
Uma interpretação audio, num dos bancos veuyers da escultura, fala do beijo como o mais alto nível erótico, onde ainda não há medos nem desilusões, talvez o momento que se divide entre a conquista e toda a relação.
O enlace, prévio ao beijo, é um bem precioso a manter. Talvez seja de mármore, mas não nos desilude nem acalenta expectativas.
Isto vem também depois de ter ouvido uma parte da explicação do beijo de Rodin, obra que me fez ficar a olhar sem saber do tempo, sem saber que expressão fazia, sem saber de quem passava.
Uma interpretação audio, num dos bancos veuyers da escultura, fala do beijo como o mais alto nível erótico, onde ainda não há medos nem desilusões, talvez o momento que se divide entre a conquista e toda a relação.
O enlace, prévio ao beijo, é um bem precioso a manter. Talvez seja de mármore, mas não nos desilude nem acalenta expectativas.
Friday, May 13, 2005
Ruy Belo
Primeiro estranhei, resisti
Tentei não ouvir o que ouvia
Tentei não deixar que as palavras
Fizessem todo o sentido
Depois pecebi
Mas fui dizendo que não
Que era uma situação do poeta
Que não era uma situação minha
Finalmente deixei que os versos
Tomassem conta de mim
Me dissessem baixinho:
É isto que sentes, não podes esconder-te
deixa vir cá fora esse grito
não te importes com a dor
Ela não é grande
O que sentes não te fará chorar
É riso o que tens dentro
Deixa-te rir por favor
Deixa-te disso de tentar
Não sentir
Tentei não ouvir o que ouvia
Tentei não deixar que as palavras
Fizessem todo o sentido
Depois pecebi
Mas fui dizendo que não
Que era uma situação do poeta
Que não era uma situação minha
Finalmente deixei que os versos
Tomassem conta de mim
Me dissessem baixinho:
É isto que sentes, não podes esconder-te
deixa vir cá fora esse grito
não te importes com a dor
Ela não é grande
O que sentes não te fará chorar
É riso o que tens dentro
Deixa-te rir por favor
Deixa-te disso de tentar
Não sentir
Friday, April 15, 2005
Wednesday, March 16, 2005
para ti que não gostas de poesia
Para ti que não gostas de poesia
Sabes o que é um poema?
É quando todas as palavras
não chegam
e tem de se escrever assim
onde as letras parecem quase sozinhas
em que cada sílaba pode
ser uma metáfora
de tudo o que se quer dizer
e não se pode
ou não consegue.
Estes espaços,
mais vazios que cheios
são ocupados de tudo
com pouca coisa.
Nenhuma prosa sabe dizer
nestas horas o que é
estar só com o tempo,
sentir o teu silêncio,
não merecer esperar.
Sabes o que é um poema?
É quando todas as palavras
não chegam
e tem de se escrever assim
onde as letras parecem quase sozinhas
em que cada sílaba pode
ser uma metáfora
de tudo o que se quer dizer
e não se pode
ou não consegue.
Estes espaços,
mais vazios que cheios
são ocupados de tudo
com pouca coisa.
Nenhuma prosa sabe dizer
nestas horas o que é
estar só com o tempo,
sentir o teu silêncio,
não merecer esperar.
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