há dias deparei-me com informações que não posso divulgar. foram-me reveladas em entrevista, já em off por casualidade(?), e tinham a ver com pequenos poderes que se relacionam com pouca gente, mas cada pessoa é uma pessoa na minha modesta opinião, e as opções tomadas podem transformar algumas vidas para sempre (ou mantê-las irremediavelmente na mesma).
pronto. e agora que já revelei o mais importante do segredo - a sua substância e não a sua forma (essa é que não dá mesmo), junto-me a uma reflexão sobre os segredos que ouvi ontem pela boca da Pilar (que antes de ser mulher do Saramago já era uma grande mulher, uma grande pessoa, whatever) e que tem a ver com os segredos.
a avó dela dizia, quando uma mulher perde a honra, ganha liberdade. isto era muito à frente para a avó dela dizer, mas pelos vistos disse, e parece-me bem. e isto tem a ver com os segredos, porque os segredos castram a possibilidade de nos livrarmos do que eles ocultam, ou de superarmos o problema que o segredo guarda.
no contexto em que falava, Pilar relacionou com os segredos/não segredos do Volver.
mas no contexto destes dias, apetece-me dizer que enquanto há segredo do Pai Natal para as crianças, vamos atrasando a sua descoberta da vida. de qualquer maneira, mudando de tema, se não fossem as crianças este Natal (e os outros, na verdade) não tinha graça nenhuma.
Wednesday, December 20, 2006
Wednesday, December 13, 2006
Wednesday, December 06, 2006
144 para quem tem medo de estar em casa
Cada um@ tem o seu medo: medo dos outros automobilistas; medo de atropelar alguém; medo da polícia; medo dos ladrões; medo dos terramotos; medo dos incêndios; medo dos cães; medo das aranhas; medos sociais como estar no meio de demasiada gente; medo de encarar determinadas pessoas; medo de não ter dinheiro para pagar as contas; medo de engravidar; medo de adoecer; medo da morte; medo de levar um tiro;
mas... medo de estar em casa?
isto é a propósito - tardio - do dia 25 de Novembro, que é dia nacional de luta contra a violência e porque todo/as, quase de certeza, conhecemos alguém, homem ou mulher, vítima de violência doméstica (estima-se que 1/3 das mulheres são vítimas de violência doméstica e não se sabe que percentagem de homens serão vítimas do mesmo)
mas... medo de estar em casa?
isto é a propósito - tardio - do dia 25 de Novembro, que é dia nacional de luta contra a violência e porque todo/as, quase de certeza, conhecemos alguém, homem ou mulher, vítima de violência doméstica (estima-se que 1/3 das mulheres são vítimas de violência doméstica e não se sabe que percentagem de homens serão vítimas do mesmo)
Monday, December 04, 2006
não há nada como a banda

A banda
Chico Buarque 1966
Estava à toa na vida
O meu amor me chamou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor
A minha gente sofrida
Despediu-se da dor
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor
O homem sério que contava dinheiro parou
O faroleiro que contava vantagem parou
A namorada que contava as estrelas parou
Pra ver, ouvir e dar passagem
A moça triste que vivia calada sorriu
A rosa triste que vivia fechada se abriu
E a meninada toda se assanhou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor
O velho fraco se esqueceu do cansaço e pensou
Que ainda era moço pra sair no terraço e dançou
A moça feia debruçou na janela
Pensando que a banda tocava pra ela
A marcha alegre se espalhou na avenida e insistiu
A lua cheia que vivia escondida surgiu
Minha cidade toda se enfeitou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor
Mas para meu desencanto
O que era doce acabou
Tudo tomou seu lugar
Depois que a banda passou
E cada qual no seu canto
Em cada canto uma dor
Depois da banda passar
Cantando coisas de amor
Monday, November 27, 2006
Lençóis brancos
Gostava de te dizer as palavras certas
(como se houvesse uma única a fazer sentido agora)
Gostava de te deixar em paz
Sem que ficasses só
Gostava de to trazer de volta
Gostava tanto!
Vento, vento, mais vento
E chuva, mais chuva.
Nem o vento leva daqui o pranto
Nem a chuva lava-te aqui a cara.
Dizem-te que o tempo secará as lágrimas
(como se elas estivessem penduradas na corda da roupa!)
Mentem-te!
Nem o tempo, nem o vento.
Mas talvez cada dia procurar
Algo bom do passado
E algo bom no futuro.
E talvez cada dia com gestos iguais…
(Se suspirares entretanto, é a saudade;
Se soluçares, é do ar que retiveste por tanto amar.
Não te rales com suspiros e soluços
Olha os fantasmas com espanto:
Eles poderão trazer-te paz.
Basta sorrir-lhes. Depois de lhes falares
Sem medo, eles voltarão à sua vida
Como lençóis brancos a esvoaçar)
(como se houvesse uma única a fazer sentido agora)
Gostava de te deixar em paz
Sem que ficasses só
Gostava de to trazer de volta
Gostava tanto!
Vento, vento, mais vento
E chuva, mais chuva.
Nem o vento leva daqui o pranto
Nem a chuva lava-te aqui a cara.
Dizem-te que o tempo secará as lágrimas
(como se elas estivessem penduradas na corda da roupa!)
Mentem-te!
Nem o tempo, nem o vento.
Mas talvez cada dia procurar
Algo bom do passado
E algo bom no futuro.
E talvez cada dia com gestos iguais…
(Se suspirares entretanto, é a saudade;
Se soluçares, é do ar que retiveste por tanto amar.
Não te rales com suspiros e soluços
Olha os fantasmas com espanto:
Eles poderão trazer-te paz.
Basta sorrir-lhes. Depois de lhes falares
Sem medo, eles voltarão à sua vida
Como lençóis brancos a esvoaçar)
Wednesday, November 22, 2006
a inutilidade da antecipação
ontem, no telejornal havia uma reportagem sobre a ansiedade. não gostei nada, mas ainda assim fiquei a pensar. sempre quis controlar tudo, não de uma forma objectiva, mas por via de superstições meio veladas. antecipar para que não acontecesse ou pelo menos para estar preparada para todas as situações. afinal não resulta (como percebi depois de atender o telefone há 3 semanas atrás). a antecipação é a arrogância de achar que se possui uma qualquer força divina e a sua inutilidade ainda não tem alternativa.
Tuesday, November 14, 2006
feia e mentirosa
a morte, além de ser uma palavra feia, engana-nos. veste-se de surpresa, para dar um ar supersticioso, ou veste-se de lentidão, para dar um ar antigo. a morte é feia e mentirosa. não tem graça absolutamente nenhuma. as suas constantes surpresas são piadas de mau gosto.
a morte devia estar calada quando as pessoas realizam sonhos. respeitar o sonho era mínimo que a morte podia fazer.
a morte mente porque parece querer ensinar alguma coisa, tipo 'dar mais atenção às pequenas coisas da vida', mas no fundo não ensina nada.
a morte gera rancor, descrença, raiva. é preciso um esforço enorme para transformar a raiva, a descrença e o rancor em coisas menos más. e esse esforço enorme envelhece. a morte é cabrona de merda
a morte devia estar calada quando as pessoas realizam sonhos. respeitar o sonho era mínimo que a morte podia fazer.
a morte mente porque parece querer ensinar alguma coisa, tipo 'dar mais atenção às pequenas coisas da vida', mas no fundo não ensina nada.
a morte gera rancor, descrença, raiva. é preciso um esforço enorme para transformar a raiva, a descrença e o rancor em coisas menos más. e esse esforço enorme envelhece. a morte é cabrona de merda
Wednesday, November 08, 2006
da roca a são vicente
Foram daquele tipo de sucessão de dias que dá vontade de dizer foram os melhores dias da minha vida. Felizmente o hábito de desfrutar da vida e dos espaços que podemos conhecer faz-me ter várias sucessões de dias melhores da vida. Há outros. Apetece-me recordar estes. Foram os primeiros dias de Setembro de 1993. Organizou-se uma actividade de escoteiros para unir, pedalando, o Cabo da Roca ao Cabo de São Vicente. Calcorreámos a costa alentejana, mais perto do mar, na areia molhada, ou em cima das arribas, perto dos chorões e do zimbro. Custava pedalar cerca de 60 kms por dia. Esperávamos pelas estradas ladeadas de eucaliptos para pôr os pneus a render. Levantávamo-nos tarde. Comíamos cada um meio pão alentejano e meio litro de leite. Manteiga ou flora, marmelada. Almoçávamos às 5 da tarde, pelo que pedalávamos inconscientemente na hora do calor. Depois jantávamos a maior parte das vezes já depois da meia noite. Uma vez, ao pé da Zambujeira do Mar, comemos soja com esparguete. Tínhamos andado de porta em porta a pedir condimentos para temperar a insípida soja e esperámos até tarde para cozinhá-la. Acampámos no pinhal, dormindo em estrela à volta da comida que, depois de feita, estava uma verdadeira merda. De manhã, só o Bruno comeu um pouco dos muitos restos do jantar.
Lembro-me dos rapazes hesitarem para ir ao banho, nas praias mais lindas da costa alentejana. As raparigas, quais lontras, aproveitávamos logo a deixa do belo: as conchas, o sol a pôr-se, os cristais de areia ao luar. Eles também eram sensíveis a isso, mas fingiam que não. ou disfarçavam melhor.
Cantávamos o que nos vinha à cabeça. Íamos a ritmos diferentes. Quando os
últimos chegavam ao pé dos primeiros, a impaciência fazia retomar de seguida os pedais. Ficávamos amuados, a brincar. Passava rápido.
Ao chegar a São Vicente, havia uma estrada de terra batida, aos altos e baixos muito acentuados, como a vida. O Bruno ganhou um último impulso e pedalou mais depressa, quase saltando as lombas. São estas pequenas coisas que vão começando a fazer-me voltar a sorrir.
Lembro-me dos rapazes hesitarem para ir ao banho, nas praias mais lindas da costa alentejana. As raparigas, quais lontras, aproveitávamos logo a deixa do belo: as conchas, o sol a pôr-se, os cristais de areia ao luar. Eles também eram sensíveis a isso, mas fingiam que não. ou disfarçavam melhor.
Cantávamos o que nos vinha à cabeça. Íamos a ritmos diferentes. Quando os
últimos chegavam ao pé dos primeiros, a impaciência fazia retomar de seguida os pedais. Ficávamos amuados, a brincar. Passava rápido.
Ao chegar a São Vicente, havia uma estrada de terra batida, aos altos e baixos muito acentuados, como a vida. O Bruno ganhou um último impulso e pedalou mais depressa, quase saltando as lombas. São estas pequenas coisas que vão começando a fazer-me voltar a sorrir.
Tuesday, October 24, 2006
Cartas a um ditador

do programa do doc Lisboa:
"O documentário de Inês de Medeiros visita memórias dos anos do salazarismo, dando a palavra a mulheres de diferentes extractos sociais que, com maior ou menor receptividade, tinham sido contactadas para manifestar o seu apoio a Salazar, a pretexto da primeira crise que abalou a ditadura, a campanha do General Humberto Delgado."
o documentário de Inês e Medeiros foi exibido publicamente ontem pela primeira vez no grande auditório da Culturgest, e espero que seja rapidamente passado para o programa do cart geral. entretanto, até dia 28, pode ser visto no Doc Lisboa, sob requisição.
aprendemos um pouco mais sobre um tempo muitas vezes incompreensível para quem nasceu depois, e há temas muito actuais, como a liberdade da mulher... mas só vendo
Monday, October 16, 2006
como os cágados e os ursos
castanhas, maçãs assadas, nozes. botas para a chuva, estendal dentro de casa, chapéu de chuva do chinês. (isto como postulados cosy para o outono instalado)
mas depois há também o metro parado, o trânsito atulhado, os buracos da estrada que molham as pernas dos teimosos peões, mais buzinas, mais alarmes (felizmente há as goteiras como som alternativo, e os saltos altos no metro)
é que começam as coisas a mergulhar na terra, e a ficar lá até depois do frio passar, mas a gente não mergulha na cama, a hibernar, como os cágados e os ursos. porquê? em vez disso tomamos mais

só mais um postulado cosy: mais cinema - no ecrã grande e no pequeno. o cinema, como a ginástica as drogas e o alcool, leva-nos para longe da vida de todos os dias, é só escolher um destino entre os locais dos enredos. ultimamente escolhi Paris e Havana (mas não aconselho a Cidade Perdida, é bué reaccionário).
resumindo, um episódio da national geographic e o eládio climaco a estender as palavras da locução, num domingo de chuva, a comer maças assadas
Friday, October 13, 2006
quase 100 mil pessoas nas ruas
Thursday, September 21, 2006
Wednesday, September 20, 2006
os velhos
Os velhos trazem uma vida toda atrás deles
por isso é que lhes custa andar.
nós, os novos, devíamos querer ser velhos
porque os velhos já aprenderam muito
Os velhos às vezes têm o pensamento confuso.
é natural: já pensaram demasiado na vida.
Os velhos são como as crianças
e não é só por causa das fraldas:
os velhos páram no meio da rua
para olhar para qualquer coisa;
dizem coisas inteligentes
sem ninguém estar à espera
(ou coisas poéticas,
ou coisas consideradas inapropriadas);
admiram-se facilmente;
são gulosos e generosos;
gostam mais dos animais;
e, volta e meia, caem.
Se nos dedicarmos a ouvir os velhos
sem pensar constantemente
quando é que ele se cala ou as coisas que temos para fazer,
ouvimos coisas mais novas do que nós
(ou novas para nós)
e revelam segredos.
por isso é que lhes custa andar.
nós, os novos, devíamos querer ser velhos
porque os velhos já aprenderam muito
Os velhos às vezes têm o pensamento confuso.
é natural: já pensaram demasiado na vida.
Os velhos são como as crianças
e não é só por causa das fraldas:
os velhos páram no meio da rua
para olhar para qualquer coisa;
dizem coisas inteligentes
sem ninguém estar à espera
(ou coisas poéticas,
ou coisas consideradas inapropriadas);
admiram-se facilmente;
são gulosos e generosos;
gostam mais dos animais;
e, volta e meia, caem.
Se nos dedicarmos a ouvir os velhos
sem pensar constantemente
quando é que ele se cala ou as coisas que temos para fazer,
ouvimos coisas mais novas do que nós
(ou novas para nós)
e revelam segredos.
Monday, September 04, 2006
alegrias domésticas
uma casa nova leva-nos a desvarios e a sentimentos de satisfação produzidos por coisas que normalmente acharíamos espatafúrdias.
se não, como ficar tão contente porque já se tem uma varinha mágica, ou triste porque se tem de trocar a aparelhagem nova por outra porque a rádio não funciona?
uma das maiores alegrias domésticas da actualidade é, depois de trazer os móveis Ikea para casa, arrumadinhos nos cartões, decobrir que não faltam peças para bem-montar os móveis e, mais do que isso, conseguir montá-los sem grandes dificuldades.
uma outra alegria doméstica é já ter uma escumadeira, um saca-rolhas, um ralador.
as listas do que falta e do que já há parecem intermináveis, como se encher uma casa não fosse uma das coisas mais rápidas do mundo.
se não, como ficar tão contente porque já se tem uma varinha mágica, ou triste porque se tem de trocar a aparelhagem nova por outra porque a rádio não funciona?

uma outra alegria doméstica é já ter uma escumadeira, um saca-rolhas, um ralador.
as listas do que falta e do que já há parecem intermináveis, como se encher uma casa não fosse uma das coisas mais rápidas do mundo.
Thursday, August 03, 2006
Bergen

Bergen, na costa ocidental da noruega, foi a primeira capital do pais. cheia de cor e surpreeendentemente solarenga (esta 3/4 do ano a chover aqui), mergulhar no mar do norte e bom!
As sandes de camarao, frutos do mar, salmao fumado e caviar sao um must, para degustar junto ao mercado a olhar para os fiords.
E depois, na pousada mais barata da cidade, conhecer uma pequena biork catalä a cantar venus as a boy ao piano, tornou a curta visita a esta cidade ainda melhor.
Thursday, July 20, 2006
a linha continua
gente diferente, noites e dias diferentes. e sobretudo paisagens diferentes, muitas paisagens, e a promessa de uns bungalowzinhos no meio das florestas.
como estas férias vão ser mais ao sabor dos desejos do que das tabelas de horarios, só sei que vou para norte, muito a norte, e que vou brincar, nas noites quase brancas, com os longos momentos entre o fechar dos olhos e o sono proundo.
Friday, July 14, 2006
Tuesday, July 04, 2006
direitos e escolhas
decidir é difícil e no entanto é a nossa melhor liberdade, a seguir à do pensamento. há direitos que existem mas que não estão postos em prática e que atrasam as nossas escolhas. o fácil é não decidir. por isso, os direitos não postos em prática por quem ter o poder de legislar e de os executar, atrasam o poder de decisão, ou a necessidade de decidir.
pensamentos baralhados com o direito à habitação e o direito a escolher abortar em pano de fundo
pensamentos baralhados com o direito à habitação e o direito a escolher abortar em pano de fundo
Wednesday, June 21, 2006
um dia a barraca vem abaixo, no outro dia algures um quarto numa casa de alguém mais ou menos próximo
as medidas da propriedade privada, das burocracias, do dinheiro, e das verbas - diametralmente opostas às medidas dos quotidianos. como é que se poderiam entender?
Tuesday, June 20, 2006
Saturday, May 06, 2006
Valstar Barbie, de Claude Levêque 2003
finalmente fui passear. escolhi o pompidou. no meio de alguns artistas mimados que nao consigo perceber, e doutros, reconheciveis e que causam mesmo conforto, descobri outros que nao conhecia, e que gostei.
ao longo da exposiçao principal, ouve-se uma valsa. finalmente entro na sala donde vem a musica: ampla, quase sem nada, um ambiente rosa, um sapato de salto alto rosa enorme, ao fundo. um elogio a vaidade feminina? sai de la quase com vontade de calçar uns assim.
ao longo da exposiçao principal, ouve-se uma valsa. finalmente entro na sala donde vem a musica: ampla, quase sem nada, um ambiente rosa, um sapato de salto alto rosa enorme, ao fundo. um elogio a vaidade feminina? sai de la quase com vontade de calçar uns assim.
Friday, May 05, 2006
mas muita coisa esta mal na mesma

sempre que saio do quadradinho com praia e sol para estudar nalgum pais 'da Europa' acontecem-me algumas sensaçoes que, no inicio eram inesperadas e que, agora, ja me estou a habituar.
a primeira é ficar contente com a europa e as possibilidades que da (aos europeus, claro; é pena nao dar a todos);
a segunda é ficar contente com o Bill Gates (é pena ser um monopolio, mas é bom muita gente ter um sistema iguam para comunicar melhor);
a terceira é perceber que a ideia que os portugueses temos de que no resto da europa os preços sao iguais mas os salarios sao muito maiores é mentira, porque as coisas sao sempre mais caras, mesmo nos supermercados, e basta olhar para os preços nos cafes. so para dar um exemplo, o cafe de maquina de moedas na biblioteca nacional é 1 euro e 45!!!! um expresso e, no minimo, 90 centimos, ja para nao falar de Londres...
a quarta é perceber que os academicos estrangeiros sao tao bons como os nossos, ha uns bons, outros maus, mas chez nous, quando vezm um estrangeiro, é sempre uma festa, como se estivéssemos rodeados de burros. chez nous, estamos no tempo do Eça, com um deslumbramento face ao estrangeiro.
de qualquer maneira, volto ao titulo deste post...
Wednesday, May 03, 2006
afrique physique

nao sei se é pelos bons ou pelos maus motivos, if you know what i mean, mas tenho um mapa de Africa na casa onde estou (que não é este da imagem). alias, tenho a casa recheada de estatuetas africanas, que acompanham na perfeiçao o imaginario de Luegi, do Pepetela, que ando a ler ha meses. parece-me que agora vou acaba-lo depressa.
o mapa, que ocupa uma boa parte da parede da sala, nao tem ainda fronteiras - é um mapa fisico, antigo, que realça os rios, lagos, desertos e as savanas. no canto inferior direito, esta um mapa de França, à escala do mapa grande. França parece bem pequenina. e este mapa contrasta com os que conhecemos do estado novo, em que o mapa de Portugal aparecia tao grande como o dos paises colonizados. e contrasta tambem com os mapas africanos das fronteiras a régua e esquadro.
este mapa sem fronteiras, talvez apele a um mito do bom selvagam, que apenas divide territorios consoante o tipo de produçao e de acordo com as bacias hidrograficas. e talvez se oponha ao das fronteiras, que parecem dizer tudo do que se passa hoje em Africa. mas o quadradinho pequenino onde esta França - à escala - lembra mais a imigraçao como feedback do colonialismo por um lado e, por outro, os debates sobre coisas dispares aparentemente, como a integraçao, a pobreza no mundo, 'etc'
Tuesday, May 02, 2006
ja cheguei
ja cheguei a paris. estou numa casa so para mim, pequenina como eu. nao tem tv felizmente, para nao haver tentacoes, e tem radio e computqdor com net e tudo, sempre ligada! vai-me custar a habituar a este teclado, ou melhor, a reabituar - no setimo e oitavo anos aprendi a utilizar o teclado azert em vez do qwert (primeiras letras da primeira linha de letras do teclado).
Friday, April 28, 2006
já tenho gás

1003 euros depois, já tenho gás.
eu sou muito papalva, por isso, acho que é necessário guardar aqui algumas indicações para não me esquecer se alguém precisar.
primeiro que tudo: perguntar aos proprietários anteriores se está tudo bem com o gás ou se estão previstas obras no prédio incluindo a coluna de gás. neste segundo caso, é bom apenas mudar o contrato do gás quando as obras forem feitas e no caso de o anterior proprietário o permitir.
na primeira vistoria, se houver fugas: perguntar que tipo de fuga é, se é do contador para dentro ou do contador para fora ou ambas, para poder explicar bem ao canalizador que for lá fazer a obra, pois nem sempre os canalizadores sabem ler os valores e os gatafunhos explicativos da Lisboa gás no relatório que fazem... porque se não, pode dar-se o caso de o canalizador ver apenas a fuga para dentro, uma vez que não é suposto que mexa no selo (do contador para fora) e às vezes, não vê essa fuga. o ideal seria que o canalizador estivesse presente no acto da vistoria. o problema é que a vistoria faz-se em intervalos de 2 horas, e o canalizador não está duas horas plantado numa casa à espera da vistoria, a menos que lhe paguem.
Tentar perceber se é mesmo preciso fazer uma obra ou se se pode mandar colocarum produto na tubagem, que fica muito mais barato, embora seja provisório (disseram-me, infelizmente depois de eu ter feito as obras, que custa cerca de 270 €).
Se a obra completa for mesmo necessária, fica em cerca de 800 a 900€. há que contar com pelo menos 2 vistorias no caso de fuga. cada vistoria são 34€, pagos a uma empresa subvencionada pela Lisboa gás. há ainda que contar com o contrato da Lisboa gás, que são 50€, que surgem na primeira conta de gás.
Apontamento ecológico: quando a Lisboa gás fizer o teste de CO, há que pedir para abrir a torneira da banheira em vez da torneira do lava loiças, uma vez que a água da banheira sempre se pode utilizar depois (o teste demora 10 longos minutos)
Há que contar, finalmente, com o paternalismo e possíveis tentativas de enganos próprios da dominação masculina e, por isso, fazer uma sessãozinha de ioga antes das vistorias.
Wednesday, April 12, 2006
não lugar

finalmente percebo bem o que é um não lugar. depois de discordar com augé, quando exemplifica os não lugares com aeroportos, começo a achar, mais de 10 anos depois, que os não lugares sempre existem.
a realidade:
estou a mudar de casa. fiz mudanças há três dias, para uma casa que escolhi, cujas obras estão a demorar mais do que o previsto. Resumindo, sou uma 'pintora' optimista que acreditava que pintar de branco por cima de cores claras apenas requeria uma demão. Felizmente não sou perfeccionista, e tenho deixado as zonas que pintei com cores bonitas com um ar 'rústico' (leia-se uma demão). entretanto, tenho dormido num quarto quase sem nada, há três dias atulhado, que agora faz eco. estantes vazias de livros, de arquivos, de caixas e de tralhas femininas. o quarto parece maior, mais alto. durmo no colchão, já sem a cama (talvez assim os fantasmas não tenham onde se esconder).
a teoria sobre esta realidade:
os não lugares são espaços que habitamos sem identidades próprias, ou a que lhes retiraram a identidade. são passíveis de encher.
síntese:
o quarto na que já chamo 'casa antiga' é um não lugar. na 'casa nova' está tudo por arrumar. há uma expectativa sem nome, porque espero por coisas que acontecerão à medida da vida da casa.
Tuesday, April 04, 2006
a mãos de Sophia
'Apesar das ruínas e da morte,
Onde sempre acabou cada ilusão,
A força dos meus sonhos é tão forte,
Que de tudo renasce a exaltação
E nunca as minhas mãos ficam vazias'
(talvez os poetas venham ao mundo para os ateus terem como rezar)
Onde sempre acabou cada ilusão,
A força dos meus sonhos é tão forte,
Que de tudo renasce a exaltação
E nunca as minhas mãos ficam vazias'
(talvez os poetas venham ao mundo para os ateus terem como rezar)
Tuesday, March 28, 2006
Friday, March 24, 2006
Tuesday, March 21, 2006
querqusfilia no dia da árvore
Monday, March 13, 2006
presto a minha devoção à primavera
chegou o tempo da manga curta
de arrumar o ventilador de ar quente,
de trazer do mofo as saias
de guardar cachecois, gorros e luvas
chegou o tempo dos cheiros acres
das flores quase a abrir
e com ele, as paixões novas,
por estrear (ou repetir)
a partir de agora
contagens decrescentes para
- os jacarandás, as cerejas, os figos
- os primeiros banhos - de mar, de sol, de lua
- dormir nua, andar descalça na cozinha, não usar secador
- mudar a hora e ser sempre cedo
de arrumar o ventilador de ar quente,
de trazer do mofo as saias
de guardar cachecois, gorros e luvas
chegou o tempo dos cheiros acres
das flores quase a abrir
e com ele, as paixões novas,
por estrear (ou repetir)
a partir de agora
contagens decrescentes para
- os jacarandás, as cerejas, os figos
- os primeiros banhos - de mar, de sol, de lua
- dormir nua, andar descalça na cozinha, não usar secador
- mudar a hora e ser sempre cedo
Wednesday, March 01, 2006
alentejo - o meu ioga
Tuesday, February 21, 2006
Agostinho da Silva
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